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Racismo, psicologia e produção de saberes

O racismo existe e vai para além da discriminação e o preconceito racial. Historicamente, a psicologia tem se ocupado em buscar respostas e teorias para este problema da modernidade, mas ainda há muito trabalho por fazer.


Entendendo o Racismo em 4 concepções: interpessoal, institucional, estrutural, internalizado


A ideia de raça emerge como sendo uma construção de inferiorização com base em categorias imaginárias e reais e, portanto, fundamental para o entendimento do racismo em toda sua complexidade.


O racismo é uma ideologia que se sustenta na lógica racial o que fundamenta a manifestação de preconceito e discriminação racial em diferentes níveis da experiência humana. O racismo como uma ocorrência sociocultural-cultural é expresso através das relações interpessoais e em todo e qualquer contexto em que estas relações ocorrem.




Deste modo, este fenómeno em suas manifestações interpessoais, institucionais, estruturais e internalizadas são algumas das formas pelas quais o racismo se apresenta, mas não são as únicas. É importante realçar que todas as formas de racismo são devastadoras para subjetividade e relações humanas e é fulcral o entendimento que o racismo está para além do preconceito e discriminação racial que ocorre entre as pessoas e que persiste de forma sistêmica, atravessando a experiência humana em diversas instâncias, tanto de forma interpessoal, quanto internalizada, institucional e estrutural.


Criar espaços de formação e diálogo sobre as implicações do racismo na psicologia, promovendo reflexão profunda, é um imperativo ético que consta no código deontológico da profissão da psicologia. Mas afinal, tudo é racismo? O que a psicologia e o psicólogo têm a ver com questões étnico raciais?


História da psicologia e produção de saberes


A psicologia é um campo de saber e atuação que se consolida na intersecção de outros saberes das ciências humanas, mas, de modo transversal tem se ocupado em dar respostas e possibilidades de previsibilidade para dimensões do comportamento, pensamento e das emoções humanas. Seja qual for a linha teórica, as técnicas e premissas dessa disciplina, focam-se na pessoa, nas suas interações consigo e com o mundo, dando conta de um rol de saberes que explicam a individualidade e a subjetividade.


Nessa historicidade, linhas teórico-práticas foram desenvolvidas, notoriamente no norte global, influenciando o restante do mundo nas formas como a psicologia é concebida enquanto ciência. Com isto, acabou-se por naturalizar que as fontes e referências na produção da psicologia enquanto saber privilegiasse algumas vozes, deixando de parte outras.


Há na história da psicologia uma eleição e predileção por modelos explicativos centrados em concepções eurocêntricas de 'homem' e humanidade. Como resultado, há também um processo histórico de exclusão de formas de existir e de saber, que acabam por estarem em contínua invisibilidade, face a multiplicidade humana em ser e criar conhecimento.


Ainda é preciso compreender como a própria psicologia, enquanto campo de produção de saber, esteve e está envolvida com a reprodução do racismo enquanto sistema complexo de desumanização. É necessário olharmos para práticas e discursos em psicologia que sustentam a manutenção o racismo sistémico.




Psicólogo Clínico RUMO



 

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