O que é ter controlo emocional? Como gerir o que pensamos, sobre o que sentimos, face a alguma adversidade? Como é que a intenção implica a tomada de decisão, consciente e plena? Como desenvolver as habilidades que promovem a resiliência e a nossa responsabilidade? Quantas vezes não misturamos o que sentimos com o que pensamos?
Tudo o que acontece, no nosso dia-a-dia, provoca diferentes sensações no nosso corpo. Essas, traduzem-se e transformam a emoção em sentimento. O reflexo do que existe e do que damos importância ou valor tem implicações diretas no equilíbrio emocional e, consequentemente, no comportamento.
O que é o equilíbrio emocional? Qual a sua importância?
É a gestão dos sentimentos, pensamentos, ações e reações que irão influenciar o comportamento e a capacidade de superar obstáculos e adversidades. Clareza, segurança e tranquilidade são aspetos importantes quando falamos de equilíbrio. Uma pessoa emocionalmente estável procura resolver, com criatividade, da melhor forma possível, os problemas e/ou conflitos, com base numa tomada de decisão ajustada e acertada - o seu dia-a-dia será vivido com mais satisfação, motivação e produtividade.
Então... e por onde começar?
É importante saber a diferença entre a ação e a reação. A ação é geralmente orientada pelo pensamento, a partir da reflexão que acontece, face a uma necessidade de tomada de decisão. Por sua vez, a reação é a forma como reagimos a situações/contextos inesperados.
- Para pensar -
Como lido com situações inesperadas? Como reajo a um comentário negativo? Ou quando as coisas não acontecem como planeei? Como me comporto, quando me irrito?
Observar a forma como nos comportamos, em diferentes contextos/situações, ou observar outras pessoas, quando agem de uma forma inesperada, ajuda-nos a orientar e a identificar quais são as nossas próprias fragilidades emocionais, sugerindo que caminho seguir, na procura do equilíbrio. O investimento no autoconhecimento é uma ferramenta poderosa que nos possibilita trabalhar, com assertividade, o equilíbrio emocional, desenvolvendo habilidades e competências, face às situações que desestabilizam e comprometem o nosso bem-estar emocional.
Comece agora - de uma forma simples e prática -, a desenvolver o seu equilíbrio emocional:
1. Observe-se a si próprio/a
Esteja atento/a aos detalhes. Como se sente face a certas ações e reações? Que limites são importantes para si?
2. Situação difícil? Faça uma pausa. Respire fundo.
Antes de responder, agir ou reagir, faça uma pausa, respire fundo e compreenda como essa sensação está a impactar esse momento. Não existem fórmulas mágicas, nem certas, cada um de nós tem a sua forma de gerir situações difíceis. O que está ao seu alcance? O que foge do seu controlo?
3. Faça diferente! O foco depende da perspetiva.
Antes de mais, seja gentil consigo mesmo/a. Aconteceu algo que não se orgulha? Reagiu de forma impulsiva? Ou teve um comportamento descontrolado?
Imagine essa ou outra situação/contexto: o que pode fazer de diferente, da próxima vez?
É a partir da observação que podemos olhar novas formas de estar mais serenos/as .
4. Esteja Presente e seja Grato/a
Estarmos concentrados no momento presente ajuda-nos a estar focados no que está realmente a acontecer, evitando sensações ou sentimentos associados a memórias do passado ou sobre a ansiedade do futuro. Praticar a gratidão orienta-nos para as nossas conquistas, reconhecimentos e sentimento de validação. Estar presente é respeitar e aceitar cada sentimento e cada sensação que o nosso corpo possa sentir. Não existem emoções boas ou más e são todas necessárias para uma vida plena e completa.
Seja grato/a pelo que sente e também pelo que já realizou. Agradeça.
5. Autocuidado
Que hábitos têm que promovam o sentimento de satisfação? Bem-estar? Lazer?
Pode recomeçar as idas ao ginásio, as caminhadas pela cidade, yoga ou meditação… Há quem procure hobbies como a culinária ou a pintura.
Encontre algo que goste de fazer… existem tantas possibilidades!
Qualquer motivo é válido para cuidar de si e o início de um processo terapêutico pode ser o primeiro passo! Permita-se a sentir: pare, reconheça e integre. O foco no problema não irá resolvê-lo e só o torna, por vezes, mais perturbador. Oriente a sua atenção para as soluções e confie.
Respire fundo.
A superação é possível.
Psicóloga Clínica e Investigadora RUMO
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