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Emigração, desafios e vantagens

"Eu costumava 'morar num país Tropical'"...


… Assim começa a tão afamada canção de Jorge Bem, quando calorosamente se refere ao seu Brasil. E é em PT-BR que o nos chegou o balanço da vivência de emigração de sete jovens de nacionalidade Brasileira, com idades compreendidas entre os 19 e os 24 anos, todas elas estudantes Universitárias, actualmente residentes na cidade do Porto, desde Setembro deste ano.


Quando falamos de experiências de emigração, muito frequentemente impera um sentimento ambivalente. Uma vivência que é pautada por um misto de emoções, sentimentos e pensamentos. Ter a oportunidade de a viver na primeira pessoa, deixa, por si só, “um trago agridoce”. Muitas vezes, este é acentuado por sentimentos associados à solidão e pela incompreensão daqueles que não conseguem coloca-se na pele do outro.


Antes de vermos os seus relatos, importa referir que estas jovens partilham actualmente a mesma residência, não se conhecendo previamente. Após se confrontarem com várias dificuldades iniciais, decidiram procurar apoio psicológico para esta fase das suas vidas. Assim, uma das questões exploradas em consulta passou precisamente pelos aspetos que, até ao momento, se têm vindo a destacar pela positiva e pela negativa, nesta experiência de emigração.


Vejamos então:


Pontos positivos:


  • Conhecer e aprender novos aspetos culturais e línguas (multiculturalidade associada à cidade do Poto);

  • Perspetivar o futuro de forma mais positiva: acesso a um ensino universitário de melhor qualidade e mais espaço no mercado de trabalho para determinadas áreas na Europa do que no Brasil;

  • Conhecer novas perspectivas e aprender a ser mais flexível, aceitando e convivendo com as diferenças individuais e culturais;

  • Desenvolvimento da independência e autonomia, aprendendo a gerir a liberdade de forma responsável;

  • Possibilidade de conviver e fazer novos amigos de diversos países;

  • Sentimento de segurança pública, quando comparado com o Brasil (considerado um país mais violento);

  • Maior facilidade de acesso a oportunidades de viajar pela Europa;

  • Possibilidade de aprender coisas novas em contextos muito diversificados;

  • Ter mais acesso a eventos culturais;

  • Oportunidade de um novo “recomeço” e de aceder a “uma vida nova”.


Pontos negativos:


  • Afastamento família, amigos e da comodidade de casa e de tudo o do que nos é querido;

  • Dificuldade em gerir as saudades e manter a comunicação com a família e amigos devido a diferenças de fuso-horário;

  • Necessidade de estabelecer novos contactos e amizades gera ansiedade;

  • Não ter acolhimento de pessoas conhecidas na cidade/país;

  • A ansiedade e desorganização interior causada pela quantidade de novidades que vêm com uma mudança e demora meses a equilibrar;

  • Os custos financeiros;

  • Medo de não conseguir equilibrar todas as áreas da vida (académica, social, familiar);

  • "Choque cultural” - Dificuldades de carácter prático, tais como encontrar um bom local para arrendar, acostumar-se com a cultura, gastronomia local, clima, bens consumíveis, meios de transporte e seus horários e contexto académico;

  • Sensação constante de desconforto e inadaptação (“não-pertença”).


Aparentemente, o balanço “quantitativo” desta experiência é bastante equilibrado, havendo, no entanto, momentos em que não se consegue essa harmonia, principalmente no que diz respeito a questões emocionais. Mas é precisamente esse o apelo que as jovens deixam:


“O equilíbrio é fundamental. Nem tudo será fácil, mas tudo terá de valer a pena. Por vezes, deixamos de conseguir perceber isso sozinhas. O apoio psicológico pode fazer toda a diferença. É importante não ter medo de pedir ajuda.”

Se te identificas com estas palavras, lembra-te que trabalhamos diariamente para melhorar a qualidade de vida de pessoas que, como tu, enfrentam agora os desafios da emigração. Estudante, trabalhador, seja qual for a tua situação atual, lembra-te que és tu quem define o teu próprio RUMO.


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