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No Ano Novo (e não só), desejamos sucessos, ou celebramos as aprendizagens de erros?

Durante o ano de 2023, e na verdade, durante qualquer ano, vamos observando inúmeras falhas ou insucessos que, em vez de serem encobertas, e deixadas ao longe – olhos que não vêem, coração que não reconhece? – podiam ser reconhecidas como experiências desafiantes que oferecem insights que podem ser fundamentais para o desenvolvimento pessoal e profissional.


Já estamos na metade de Janeiro, e parece que neste pequeno espaço de tempo já passou mês e meio. Pelo menos para mim. Após ver muitas pessoas a partilharem os seus desejos para o novo ano que chegou a correr e parece que está à velocidade de um TGV, quiçá temperado pela conversa política que se vive no mundo, e em Portugal em particular, dei por mim a pensar na razão de nos focarmos, quase de forma oblíqua, apenas nos sucessos e no que queremos alcançar. E senti vontade de dar um passo atrás e ver a fotografia de outro ângulo. Fica a reflexão a seguir…


Num mundo cada vez mais impulsionado pela visibilidade nas redes sociais, celebrar o sucesso tornou-se uma regra normativa no mundo virtual que se espalha no real – seja lá o que existir entre estes dois mundos. No entanto, fico a pensar se a verdadeira sabedoria e crescimento pessoal e profissional não residem frequentemente nas falhas. Partilhar apenas os triunfos parece-me que cria uma narrativa distorcida da realidade e negligencia oportunidades para aprender que me parecem muito valiosas.


Durante o ano de 2023, e na verdade, durante qualquer ano, vamos observando inúmeras falhas ou insucessos que, em vez de serem encobertas, e deixadas ao longe – olhos que não vêem, coração que não reconhece? – podiam ser reconhecidas como experiências desafiantes que oferecem insights que podem ser fundamentais para o desenvolvimento pessoal e profissional.


Por isso, ficam aqui, em vez dos sucessos que alcancei em 2023, alguns dos falhanços que tive, e que se transformaram em oportunidades. 


Oportunidade de crescimento

No início do ano passado, implementei uma estratégia de expansão para um novo mercado que, infelizmente, não obteve os resultados esperados. Em vez de alcançar o crescimento que tinha projetado, enfrentei desafios de gestão e observei que não tinha algumas skills que precisava. Como oportunidade, identifiquei algumas formações complementares que me vão dar competências novas e preparar melhor para tarefas semelhantes.


Comunicação com colegas

Olhando para trás, observei que em alguns momentos a comunicação com algumas pessoas com quem trabalho não foi tão eficaz quanto poderia ter sido. Das falhas de comunicação surgiram decisões e ações que eram importantes operacionalmente e que se mostraram erradas após análise. Como oportunidade percebi que era importante criar canais de comunicação diferenciados para diferentes temas e que era igualmente necessário existir alguma segregação de funções nas coisas que faço.


Bem estar da equipa

Trabalhar na área da saúde mental e bem-estar muitas vezes faz lembrar o velho provérbio “casa de ferreiros, espeto de pau”. Pelo menos às vezes. Devido à necessidade de atacar as oportunidades de crescimento, percebi que uma das coisas que estava a ser deixada de lado era escutar as pessoas com quem trabalho e assegurar que estão felizes e motivadas. Alguns indicadores foram sendo esquecidos e cada vez menos notados. Como oportunidade surgiu a implementação de um plano de carreira para as pessoas com quem trabalho e um plano de promoção de bem-estar que será lançado no primeiro trimestre deste ano.


Ainda a nível pessoal – que falhar não é só no trabalho, antes pelo contrário… 


Relações pessoais

Percebi que, ao longo do ano, não investi tanto tempo quanto gostaria em manter e fortalecer relações de amizade com pessoas de quem gosto e que quero ter perto de mim. O volume de trabalho muitas vezes ocupou o tempo que poderia ter sido dedicado a momentos significativos com amigos próximos. Como oportunidade, decidi que vou matar dois males de uma vez. Como gosto muito de cozinhar, vou começar a convidar regularmente amigos para jantar e serem cobaias de pratos novos – vamos lá ver se continuamos amigos!


Refletir sobre estes falhanços não é apenas uma revisão crítica, mas uma oportunidade de crescimento significativo. Pelo menos para mim. Cada falhanço ofereceu-me insights valiosos, indicando áreas para desenvolvimento pessoal e profissional, que até podem crescer mais devagar, mas acredito que de forma mais sustentável a longo prazo – não é um sprint, é uma maratona.

Ao abraçar estas oportunidades de aprendizagem, sinto-me mais confortável em mostrar vulnerabilidades e a agir em consonância com os valores que tenho a nível pessoal e profissional, e acima de tudo a continuar a rodear-me de amigos e colegas de trabalho de quem gosto, para fazermos coisas que gostamos e que nos acrescentam propósito. 



Nota: quando falo na primeira pessoa, em ações que tomei, entenda-se que estou a falar apenas sobre mim, mas que todo o trabalho que faço, em especial o trabalho na RUMO.Solutions, é fruto de uma equipa incrível e da qual estou muito feliz de poder contar!




Diretor & Psicologo Clínico

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