Microagressões são formas de discriminação quotidianas e subtis que pessoas de vários grupos marginalizados experienciam ao longo das suas vidas. Algumas microagressões são inconscientes e podem não ser intencionais, mas não deixam de ter um impacto negativo na saúde mental e desenvolvimento de identidade das pessoas afetadas.
A propósito do Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia (celebrado a 17 de maio), é crucial refletirmos sobre as formas subtis de discriminação que continuam a afetar a comunidade LGBTQI+. As microagressões, embora muitas vezes inadvertidas, têm um impacto profundamente negativo na saúde mental e no bem-estar das pessoas LGBTQI+.
Microagressões são formas de discriminação quotidianas e subtis que pessoas de vários grupos marginalizados experienciam ao longo das suas vidas. De forma a criar consiência sobre as mesmas, hoje partilhamos 7 formas de microagressões:
1. Utilização de Terminologia Heterossexista e Transfóbica: O uso de linguagem depreciativa ou a normalização de "piadas" homofóbicas e transfóbicas desumaniza as pessoas LGBTQI+, reforçando estereótipos prejudiciais.
2. Negar o Heterossexismo/Transfobia individual e social: Negar a existência de experiências de discriminação heterossexista e transfóbica é invalidar as vivências reais das pessoas LGBTQI+. É fundamental reconhecer e validar essas experiências.
3. Subscrever Comportamentos e Cultura Heteronormativos: Pressupor que todas as pessoas LGBTQI+ devem conformar-se às normas de género tradicionais é limitar a sua liberdade e autenticidade.
4. Assumir uma Experiência LGBTQ+ Universal: Cada pessoa LGBTQI+ tem uma história única e diversa. Não podemos presumir que todas partilham as mesmas experiências ou desafios.
5. Patologização Sexual: Esperar que as pessoas LGBTQI+ sejam hipersexuais ou sexualmente desviantes é perpetuar estereótipos prejudiciais que contribuem para a marginalização.
6. Objetificação:Tratar corpos trans como objetos e fazer perguntas intrusivas sobre a sua vida privada é desrespeitoso e desumanizante. Devemos respeitar a privacidade e dignidade de todas as pessoas.
7. Invisibilidade Bissexual: Desconsiderar ou invalidar a identidade bissexual de alguém é ignorar a sua verdadeira essência e contribuir para a invisibilidade.
Algumas microagressões são inconscientes e podem não ser intencionais, mas não deixam de ter um impacto negativo na saúde mental e desenvolvimento de identidade das pessoas afetadas.
Podemos fazer a diferença, quando criamos interações empáticas e respeitosas. Para uma sociedade mais justa e equalitária é fundamental rejeitar qualquer tipo de violência, preconceito ou discriminação, com base na identidade de género, orientação sexual, étnia, classe social, nacionalidade, religão ou crença.
A existência de espaços seguros para todas as pessoas LGBTQI+ são cruciais. Conhece e apoia estas organizações e coletivos que lutam pela igualdade e justiça da comunidade:
Associação ILGA Portugal: https://ilga-portugal.pt/](https://ilga-portugal.pt/
TransMissão: www.transmissao.pt
Panteras Rosa: http://panterasrosa.blogspot.com/
Queer Tropical: https://www.queertropical.org/
Lê também:
Autoras
Joana Jesus, Psicóloga Clínica RUMO
Carolina Oliveira Borges, Psicóloga Clínica e da Saúde, Diretora RUMO
Referências:
- Balsam, K. F. et al. (2011). "Experiences of Heterosexual Partners in Mixed-Orientation Relationships".
- Espin, O. M. (2017). "Subtle and Overt Forms of Islamophobia: Microaggressions toward Muslim Americans"
- Rivera, D. P. (2020). "Microaggressions and Intersectionality: Foundations for Social Work Practice"
- Sue, D. W. et al. (2007). "Racial Microaggressions in Everyday Life: Implications for Clinical Practice"
- Nadal, K. L. et al. (2019). "Sexual Orientation Microaggressions: Processes and Coping Mechanisms for Lesbian, Gay, and Bisexual Individuals"
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