A terapia afirmativa apresenta-se como um importante instrumento de auxílio às pessoas LGBTQIA+, fornecendo um ambiente seguro e solidário para a exploração das suas identidades de género e/ou orientações sexuais.
A terapia afirmativa é um tipo de abordagem terapêutica que busca apoiar e fortalecer as identidades de pessoas pertencentes a grupos sociais minoritários (como, por exemplo, LGBTQIA+) que procuram ajuda. Nos casos dos indivíduos que se identificam com alguma(s) dessas populações LGBTQIA+, a terapia afirmativa se firmará na compreensão de que a orientação sexual, a identidade de gênero, assim como a expressão de gênero, são características centrais da identidade de um indivíduo e que as dificuldades enfrentadas por esses são frequentemente provocadas por preconceitos e estigmas de carácter socioculturais.
Em Portugal, a terapia afirmativa para pessoas LGBTQIA+ é um tema pouco discutido, ainda que haja cada vez mais profissionais de saúde mental que procuram se formar adequadamente e, assim, passam a aprimorar as suas práticas nessa área. Atualmente, ainda é comum que pessoas LGBTQIA+ sofram discriminação, violência e exclusão em suas vidas cotidianas, o que pode levar a problemas emocionais e de saúde mental.
Nesse sentido, a terapia afirmativa apresenta-se como um importante instrumento de auxílio às pessoas LGBTQIA+, fornecendo um ambiente seguro e solidário para a exploração das suas identidades de género e/ou orientações sexuais.
O objetivo é ajudar esses pacientes a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmos e a construir relacionamentos mais saudáveis com as suas famílias, amigos e parceiros/as/es.
E como funciona?
Uma das principais abordagens da terapia afirmativa é a validação. Isso significa que o terapeuta reconhece e valida a orientação sexual e a identidade de gênero do paciente, ajudando-o a se sentir compreendido e aceite. Esta forma de abordagem é essencial, visto muitos pacientes LGBTQIA+ enfrentam muita rejeição e invalidação e, consequentemente, sentem-se inseguros ou desconfiados em relação a qualquer profissional de saúde mental que não esteja devidamente preparado para sair da neutralidade e se debruçar sobre as especificidades deste grupo.
Além da validação, a terapia afirmativa também pode incluir outras técnicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a terapia narrativa, ou a terapia sistémica. Essa última poderá ajudar o individuo a perceber como os sistemas em que está integrado contribuíram para o desenvolvimento de uma possível identidade negativa de si próprios, ou seja, como o facto de terem nascido e desenvolvido numa sociedade tendencialmente machista, homofóbica e transfóbica, contribuiu em grande parte para o desenvolvimento de identidade uma identidade negativa sobre si.
Em geral, a terapia afirmativa é, seguramente, uma abordagem compassiva e empática que procura auxiliar as pessoas LGBTQIA+ a se sentirem mais seguras, saudáveis e satisfeitas nas suas vidas. É importante ressaltar que, embora a terapia afirmativa seja centrada na identidade LGBTQIA+, ela não é exclusiva para pessoas LGBTQIA+. Qualquer pessoa que se sinta marginalizada, oprimida ou invalidada poderá se beneficiar dessa abordagem terapêutica.
Se és uma pessoa LGBTQIA+ que busca ajuda terapêutica, é importante procurar um profissional que tenha experiência e conhecimento sobre questões de gênero e de sexualidade. Também é importante que te se sintas confortável e seguro com seu terapeuta e que sinta que ele ou ela o/a ouve e o/a respeita.
Em resumo, a terapia afirmativa é uma abordagem terapêutica essencial para promover a saúde mental e o bem-estar das pessoas LGBTQIA+. Ao buscar ajuda terapêutica, as pessoas podem encontrar o apoio e o cuidado que necessitam para superar as dificuldades que enfrentam no cotidiano, assim como para viver as suas vidas com mais confiança, autoestima e resiliência.
Psicólogo Clínico RUMO
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