As práticas e princípios de JEDI têm o potencial de impactar a saúde mental no ambiente organizacional, através da criação de um sentimento de pertencimento, da redução do ‘stress’ e aumentando o envolvimento das pessoas com propósito da organização. Os princípios JEDI’s na realidade tem um propósito semelhante dos heróis em Star Wars: salvaguardar a justiça, a dignidade humana, e trazer a luz para o universo, nesse caso, o das organizações.
Sempre fui um fã de SCI-FI. Filmes como Star Wars trouxeram-me fascínio. Quando mais novo, sentia-me hipnotizado pelas batalhas, as jornadas dos heróis, com o bem que vencia o mal. Mais adulto, entendi o quanto o enredo de filmes como Star Wars refletem muito mais que batalhas épicas e escolhas difíceis por parte dos personagens centrais. Star Wars é sobre política, lutas humanas, pela liberação e dignidade.
O JEDI reflete a figura do herói, mas principalmente se relaciona com a maneira como a qual todos os seres estão conectados com a Força, com o universo. No mundo real e atual, as organizações também tem a opção de contar com a figura do JEDI, nesse caso, com a incorporação de práticas de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão.
Em outras palavras, o “JEDI” nas organizações se refere com um conjunto de princípios de humanização. Mas o que cada um destes princípios significa, na prática?
A Justiça se relaciona com criar um espaço organizacional que reconhece a importância que todos merecem hipóteses iguais.
A Equidade permite que uma organização se preocupe em honrar aquilo que nos faz únicos, a nossas culturas e nossas necessidades enquanto pessoas.
A Diversidade é o princípio na qual a organização se vê representada por uma variedade de pessoas em termos de género, idade, etnia, neurodivergência, capacidades e outros marcadores sociais.
A Inclusão se refere como uma organização cria um ambiente onde todos possam se sentir pertencentes, valorizados e bem vindos.
O JEDI, portanto, é uma abordagem na qual uma organização se compromete a celebrar a experiência humana na sua pluralidade.
Os princípios de JEDI são cruciais nas organizações por várias razões. Primeiro, em termos de inovação, uma equipa diversa tende a trazer competências diversificadas para o diálogo, o que pode resolver problemas de forma criativa. Segundo, em termos de felicidade, um ambiente de trabalho inclusivo adota um sentido de pertencimento para as pessoas que colaboram nesses contextos. Terceiro, em termos de relevância, organizações que investem em diversidade e inclusão acabam por criar um contexto laboral de adaptação as mudanças.
Os princípios de JEDI aplicados às organizações tendem a reduzir a "fuga" de talentos e oportunidades, o que pode levar a organização e a sua equipa a uma maior eficiência e capacidade de alcançar objetivos partilhados.
Sendo assim, os princípios JEDI podem contribuir com o impacto de uma organização, quer na sociedade, quer na vida dos seus colaboradores. Um dos aspetos relevantes de impacto que os princípios de JEDI podem ter é na saúde mental dos trabalhadores de uma organização. A questão da saúde mental no ambiente de trabalho tem relação com o bem-estar psicológico, físico, social e emocional partilhado entre as pessoas. Com isso, a saúde mental pode ser avaliada partir de fatores como se criam relações positivas entre si, como lidam como desafio e responsabilidades diárias, e como se comunicam entre si. A ausência de condições para saúde mental nas organizações pode causar um distanciamento gradual e termino de relações laborais, ou até mesmo ansiedade, depressão e pânico. Deste modo, as práticas e princípios institucionais tem um papel importante na criação de um ambiente organizacional que dá prioridade a saúde mental dos seus trabalhadores.
Ao examinar os impactos dos princípios de JEDI aplicados as organizações e as suas relações com a saúde mental, temos que essas práticas podem aprimorar relações dos trabalhadores consigo próprios e com a organização. Primeiramente, os princípios JEDI aumentam o sentido de pertencimento. Ambientes organizacionais inclusivos encorajam diferentes perspetivas e experiencias de vida. Com isso, as pessoas podem sentir-se respeitadas e valorizadas, sentido-se parte da organização.
Este processo promove colaboração, transformação e pluralidade. Depois, ambientes orientados por princípios JEDI acabam por criar ambientes de trabalho que tratam pessoas de modo igualitário. Sendo assim, ao promover em tratamento que privilegia o bem-estar e suporte aos trabalhadores, são espaços em que as pessoas sentem que podem ser autenticas. Isso tende a aumentar a resistência ao ‘stress’, e diminuí níveis de ansiedade e depressão.
Os princípios JEDI aumentam a satisfação e engajamento das pessoas, promovendo mais conexão com o propósito e responsabilidades, criatividade, resolução de problemas, e mudança.
Em suma, as práticas e princípios de JEDI tem o potencial de impactar a saúde mental no ambiente organizacional, através da criação de um sentimento de pertencimento, da redução do ‘stress’, e aumentando o envolvimento das pessoas com propósito da organização. Os princípios JEDI’s na realidade têm um propósito semelhante dos heróis em Star Wars: salvaguardar a justiça, a dignidade humana, e trazer a luz para o universo, nesse caso, o das organizações.
Psicólogo Clínico RUMO
Head of Equality, Diversity & Inclusion
Referências:
British Association for Counselling and Psychotherapy (BACP). (2020). Good Practice in Action 063 Clinical Reflections for Practice: Equality, diversity, and inclusion (EDI) within the counselling professions 1
Barnet, Enfield, and Haringey Mental Health NHS Trust. (2022). Equity, Diversity, and Inclusion Strategy 2022–2025 2
Fitzgerald Human Resources Organisation Development. (2024). A Complete Guide to Equity, Diversity, and Inclusion in the Workplace 3
American Psychological Association. (2024). Take a critical look at equity, diversity, and inclusion policies 4
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